A Malária é uma parasitose causada pelo protozoário intracelular Plasmodium e é transmitida ao ser humano pela picada do mosquito Anopheles. Existem quatro espécies de Plasmodium: Vivax, Falciparum, Ovale e Malariae. A espécie Vivax é a mais comum e a Falciparum a mais grave, sendo em determinados casos clínicos fatal.
O diagnóstico definitivo da Malária é estabelecido pela identificação do parasita no sangue periférico. No Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa é realizado de urgência um teste rápido de screening e diagnóstico, garantindo o despiste eficaz da doença. Estão disponíveis testes rápidos tipo dipstick que detetam os antigénios da Malária (proteínas) numa amostra de sangue e indicam um resultado positivo por mudança de cor na tira de teste, possibilitando um diagnóstico rápido, fácil de executar e com elevada sensibilidade e especificidade.
Recomenda-se que os resultados positivos sejam seguidos da realização de esfregaços de sangue (em gota fina e em gota espessa) para confirmação e determinação da espécie e da parasitémia. A gota espessa permite um diagnóstico rápido, enquanto a gota fina permite a identificação do parasita, a contagem de eritrócitos infetados e é útil no acompanhamento do tratamento. Dado que o número de parasitas presentes no sangue flutua, as amostras podem ser colhidas em intervalos de 8 a 12 horas durante 2 a 3 dias para aumentar a probabilidade de deteção dos parasitas. É vantajoso que a colheita de amostras coincida com o aparecimento de sinais e sintomas, altura em que existe maior probabilidade dos parasitas serem detetados no sangue. O diagnóstico só deve ser excluído após três pesquisas negativas, com intervalo de 12 horas. O teste do esfregaço de sangue é atualmente o gold standard para deteção e identificação da Malária.
Testes moleculares recorrendo à reação em cadeia de polimerase (PCR) são também métodos laboratoriais de diagnóstico. Estes amplificam o ADN do parasita e permitem a deteção e identificação das espécies de Plasmodium. Este teste pode ser usado para confirmar o diagnóstico e para determinar a espécie de Plasmodium quando os resultados do esfregaço de sangue não são suficientemente claros.
A Malária pode ser uma doença mortal
O parasita ao entrar na corrente sanguínea dirige-se até ao fígado, local onde a infeção se desenvolve antes de reentrar no sangue e invadir os glóbulos vermelhos. O Plasmodium reproduz-se no interior dos glóbulos e estes por sua vez desintegram-se libertando um maior número de parasitas no soro.
A Malária é uma das doenças mais comuns em regiões tropicais, nomeadamente na América, Ásia e África, tornando-se num grave problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, estima-se que a incidência anual desta doença seja superior a 500 milhões de novos casos, sendo responsável por mais de um milhão de mortes por ano.
Os sintomas típicos da infeção por Malária são febre, dores de cabeça, vómitos entre outros idênticos aos da gripe, dificultando assim o diagnóstico. Surgem aproximadamente 9 a 14 dias após a picada do mosquito, embora este intervalo possa variar com a espécie de Plasmodium que está na origem da infeção.
A evolução da doença pode ser fulminante e provocar a morte do paciente logo nas primeiras horas após contração da infeção, uma vez que a Malária afeta a irrigação de órgãos vitais, pelo que o diagnóstico atempado é fulcral.
O diagnóstico baseia-se na história epidemiológica, no quadro clínico e no diagnóstico laboratorial. No acompanhamento do paciente é importante conhecer a história epidemiológica, nomeadamente a área de proveniência e o historial de viagens recentes a zonas endémicas, bem como compreender na totalidade o quadro clínico e sintomatologia apresentada.
Lisboa, 23 de Janeiro de 2017
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Professor Germano de Sousa
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