Núcleo de Excelência HPV e Cancro do Colo do Útero
O diagnóstico laboratorial do HPV (Papiloma vírus Humano) é um dos núcleos de excelência do Centro de Medicina Laboratorial Germano de Sousa. Dispomos de uma área especializada para a realização dos teste de HPV, o Laboratório de Biologia e Patologia Molecular (consultar área de especialidade), tendo para tal uma equipa de técnicos especializados liderados pelo Dr. José Germano de Sousa.
Nesta página procuramos reunir toda a informação essencial sobre o tema do HPV e cancro do Colo do Útero.
O vírus do papiloma humano é um vírus capaz de provocar lesões da pele ou mucosas, e possui mais de 200 serotipos diferentes. A maioria dos subtipos está associada a lesões benignas, tais como verrugas cutâneas, mas certos tipos são frequentemente encontrados em determinadas neoplasias. São deste modo classificados em 2 grupos, o de baixo risco de desenvolver cancro e o de alto risco de desenvolver cancro do colo do útero.
Diversos estudos revelam uma associação entre o HPV e o desenvolvimento do carcinoma do colo do útero, verrugas e outras patologias anogenitais. Torna-se então de extrema importância estudar este Vírus, pois o carcinoma do colo do útero é um dos tipos de cancro que mais tem aumentado nos últimos anos. É um vírus silencioso, que não dá sinais. Afecta 300 milhões de mulheres em todo o mundo.
O HPV é o 2º cancro mais frequente na população feminina.
A infecção pelo vírus do Papiloma Humano (HPV) é a principal causa (e uma causa necessária) de cancro do colo do útero.
Os principais genótipos do HPV de alto risco (hrHPV) carcinogénico são:
16,18,31,33,35,39,45,51,52, 56,58,59,68. A infecção tem que se tornar crónica e persistente.
Já os HPV de tipo 6 e 11, encontrados na maioria das verrugas genitais (ou condilomas genitais) e papilomas laríngeos, parecem não oferecer nenhum risco de progressão para malignidade, apesar de poderem ser encontrados numa pequena proporção em tumores malignos.
Os HPV genitais são transmitidos através das relações sexuais, podendo causar lesões clinicamente importantes na vagina, colo do útero, pênis e ânus. Já as infecções subclínicas são apenas encontradas no colo do útero. Apesar de já ter sido demonstrado a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago, o desenvolvimento de qualquer tipo de lesão clínica ou subclínica noutras regiões do corpo é bastante raro.
O HPV Infecta mulheres e homens sexualmente activos. Embora a maioria das infecções sejam assintomáticas e reversíveis, uma minoria importante das mulheres infectadas, desenvolverão infecções persistentes do colo do útero, estando em risco de desenvolver cancro do colo do útero (CCU).
Vários estudos indicam que o período de incubação, desde a infecção até ao desenvolvimento de doença (forma clínica e/ou subclínica) não é muito bem conhecido. Contudo, sugerem que este demorará entre 3 semanas a 8 meses, com uma média de 3 meses, desde que existam as condições propícias para o seu desenvolvimento. Na maioria das vezes o desenvolvimento está relacionado com a competência imunológica de cada indivíduo e a carga viral (quantidade de vírus) no local da infecção.
Os genótipos hrHPV são detectados em 99,7% dos cancros do colo do útero.
Se uma infecção por HPV persistir no tracto genital inferior por vários anos, pode desenvolver-se uma situação pré-maligna (neoplasia intraepitelial). No entanto, menos de 1% das infecções persistentes por HPV-HR evoluem para cancro, num intervalo médio de 13 a 15 anos.
A presença de co-factores é fundamental para o desenvolvimento do cancro do colo do útero. Parecem ter importância a imunossupressão, infecção pelo HIV, tabaco, cervicite crónica (ex chlamydia, HSV2), multiparidade (>3), contraceptivos orais (longa duração) e factores genéticos que não permitem ao sistema imunológico suprimir ou eliminar a infecção pelo HPV.
Há evidência indirecta que uma infecção genital por HPV pode persistir ao longo da vida e que uma infecção latente pode ser reactivada na presença de depressão imunológica (por exemplo, infecção pelo HIV) ou outras circunstâncias mal conhecidas.
O preservativo não protege contra a infecção pelo HPV, mas é recomendado o seu uso, devido à eficácia na prevenção de outras infecções sexualmente transmissíveis.
É um dos cancros humanos mais preveníeis
Em Portugal surgem 15/100.000 mulheres/ano
Em Portugal morrem 3-5 /100.000 mulheres/ano
Para prevenir o aparecimento do HPV deve visitar regularmente o seu ginecologista, fazer controlos regulares para despistar a infecção pelo HPV e a sua persistência. Se estiver perante os sintomas descritos, procure o seu ginecologista: comichão, corrimento, sangramento anormal (fora da menstruação) e dor durante a relação sexual. Deve reduzir o número de parceiros sexuais.
Consulte o seu médico sobre a vacina contra o HPV.
Existe a vacina para os subtipos HPV 16 e 18 e outra para os subtipos 6, 11, 16 e 18. Estas vacinas são profilácticas e não terapêuticas pelo que o ideal é ser administrada antes do início da vida sexual. São três doses em um período de seis meses.
Rastreio e Diagnóstico
Existem vários Critérios de escolha dos testes:
- O teste HCII , é um teste de rastreio para identificar infecções hrHPV clinicamente relevantes.
- Teste COBAS 16/18 + HR - Permite a detecção simultânea de 14 tipos de HPV de alto risco e identifica especificamente os tipos 16 e 18.
- O teste de Genotipagem, deve ser feito quando existem infecções hrHPV persistentes; co-infecções. Tem maior especificidade, permite identificar genótipos de alto risco. Diferentes abordagens terapêuticas.
- O teste mRNA E6/E7 deve ser realizado quando existem infecções persistentes por genótipos de hrHPV. Este teste tem elevada sensibilidade clínica, elevada especificidade para CIN2+/CIN3+. Tem elevado potencial como marcador de transformação oncogénica. Permite diferenciação entre infecções transitórias e infecções persistentes com potencial oncogénico.
O nosso laboratório realiza os três tipos de teste, aconselhe-se com o seu médico assistente.
O grande potencial no diagnóstico do HPV é o Rastreio Primário (em mulheres com mais de 30 anos), associado à citologia, aumentando a sensibilidade e alargando o intervalo de rastreio nas mulheres de baixo risco. Em Portugal o diagnosticados anualmente 900 casos de cancro do colo do útero.
Tratamento
O vírus do HPV pode ser eliminado espontaneamente, sem que a pessoa saiba que estava infectada.
Existem várias formas de tratamento, mas o objectivo de qualquer um deles é destruir o tecido infectado. Uma vez feito o diagnóstico, o tratamento pode ser clínico (com medicamentos) ou cirúrgico: cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional em casos de cancro instalado.
No caso de estar perante um carcinoma do colo do útero, o acompanhamento médico é especialmente importante, uma vez que os tratamentos aplicados são mais específicos e rigorosos. No tratamento desta neoplasia estão indicadas terapias multidisciplinares envolvendo a Cirurgia, a Radioterapia e a Quimioterapia.
Se é médico, consulte:
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