ZIKA CONSIDERAÇÔES GERAIS
A culpa é do mosquito…
O vírus Zika é um vírus da família Flaviviridae, identificado pela primeira vez em 1947 no Uganda, e transmitido aos seres humanos através da picada de mosquitos infectados, da espécie Aedes.
Os primeiros alertas mundiais surgiram em Maio de 2015, a propósito de vários casos ocorridos no Continente Americano, sobretudo Brasil, de síndrome de Guillain-Barré (doença neurológica rara) e de microcefalia (alterações do desenvolvimento do cérebro e do crânio) em fetos e recém-nascidos de mães, que foram possivelmente infectadas pelo vírus Zika nos dois primeiros trimestres da gravidez. No entanto, a possível relação causa efeito entre a infecção e a ocorrência das condições patológicas descritas encontra-se em intensa investigação.
Na Europa a pouca probabilidade de casos de infecção pelo vírus Zika estará associada a viagens.
Em Portugal, em 2015, foram confirmados, em laboratório de referência quatro casos importados.
Fig. 1. Imagem retirada do CDC-Zika Vírus (países e territórios com transmissão activa do vírus). Actualizada em Janeiro 2016
A doença causada por este vírus é, regra geral, de intensidade ligeira. Os sinais e sintomas clínicos mais comuns são: febre, exantema, dores articulares, conjuntivite, dores de cabeça e musculares, os menos frequentes são, dores nos olhos e sintomas gastrointestinais. A Doença severa com necessidade de internamento é pouco comum.
Cerca de 80% dos doentes infectados são assintomáticos
Diagnóstico Laboratorial
O diagnóstico de infecção pelo Vírus Zika é feito através da detecção de:
- RNA viral em amostras biológicas (sangue e urina) de doentes na fase aguda da doença. Este pode ser detectado nos primeiros 3-5 dias após início dos sintomas no sangue e até 10 dias na urina.
- Anticorpos específicos IgM e IgG no soro. Os anticorpos IgM podem ser detectados a partir do 3º dia após o aparecimento da febre.
Medidas de Prevenção
- Não existem vacinas para a prevenção da infecção pelo vírus ZiKa;
- A principal medida de prevenção consiste em evitar a picada do mosquito, quer através de barreiras mecânicas (vestuário apropriada, redes mosquiteiras etc), ou através de barreiras químicas (repelentes ou insecticidas);
- Dar preferência a locais com ar condicionado.
ZIKA CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS
Na gravidez
- As mulheres grávidas, em qualquer trimestre, devem considerar adiar possíveis viagens para países ou territórios onde estão descritos casos de transmissão do vírus Zika;
- As mulheres grávidas devem ser informadas dos possíveis riscos antes de viajar para países de risco (em consulta com o médico assistente ou consulta do viajante) e seguir todas as recomendações para prevenir as picadas de mosquitos durante a viagem.
- As mulheres que estão a tentar engravidar ou ponderar engravidar devem consultar o seu médico assistente antes de viajar e seguir todas as recomendações para prevenir as picadas de mosquitos durante a viagem.
- As mulheres grávidas que permaneceram em áreas afectadas, após o regresso, deveram consultar o seu médico assistente e mencionar a viagem.
É seguro o uso de repelentes para insectos durante a gravidez?
- É seguro e eficaz o uso de repelentes para insectos durante a gravidez e amamentação. Contudo devem ser utilizados segundo as recomendações médicas e de acordo com as especificidades do produto.
Qual o risco de uma infecção pelo vírus Zika comprometer futuras gravidezes?
O vírus Zika permanece no sangue de uma pessoa infectada durante alguns dias a uma semana. O vírus não causa infecção numa criança concebida após a ausência de vírus na circulação sanguínea. Não existe evidência de que as infecções pelo vírus Zika ponham em risco futuras gravidezes, quanto ao desenvolvimento de malformações.