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Hepatite A

Hepatite A. Saiba mais sobre o recente surto de Hepatite aguda em Portugal e na Europa. Que vírus é este que tanto tem dado que falar...

Consulte mais informação sobre este tema em baixo...

Hepatite A

O que é a Hepatite A?

A Hepatite A é uma infecção provocada pelo vírus da Hepatite A (VHA) que entra no organismo através do aparelho digestivo e que se multiplica no fígado, causando neste órgão a inflamação denominada de hepatite A. A descoberta do vírus ocorreu em 1975, todavia, na Antiguidade, já se registavam surtos da doença, na altura chamada «icterícia infecciosa». As epidemias deste vírus eram frequentes em períodos de guerra e de cataclismos.

A Hepatite A é transmitida de pessoa para pessoa, quando os alimentos ou a água estão contaminados por fezes contendo o vírus, daí que seja mais frequente em países menos desenvolvidos, pela precariedade do saneamento básico.

Nos países ocidentais, com a melhoria das condições de higiene, a exposição pode estar associada a surtos epidémicos esporádicos sem grande impacto social e em que a resolução da doença é rápida, sem necessitar de internamento hospitalar ou de um tratamento específico.

A transmissão sexual é menos frequente e está associada à pratica de sexo oro-anal ou anal não protegido.

Raramente esta doença é fatal, embora em adultos imunodeprimidos ou afetados por uma doença hepática crónica - provocada por outro vírus ou pelo consumo excessivo de álcool - a infeção pelo VHA possa provocar falência hepática, conhecida por hepatite fulminante.

O Vírus

O Vírus da Hepatite A, é um vírus pequeno, da família dos picornavírus, e o seu genoma é constituído por uma cadeia simples de RNA. Encontra-se por todo o mundo, especialmente em lugares onde as condições de higiene são deficientes.

O período de incubação ( espaço de tempo em que não se revelam quaisquer sintomas ) é maior nas crianças do que nos adultos, dura em média 28-30 dias, variando de 15 a 50 dias.

Espalha-se através do contacto directo ou indirecto com material fecal contaminado e a pessoa infectada elimina partículas virais nas fezes duas a três semanas antes dos sintomas aparecerem e durante os primeiros oito dias de doença sintomática.

A maioria dos doentes recupera ao fim de três semanas, sem sequelas e com imunidade protectora para toda a vida.

Quais são os sintomas?

Náuseas, febre, falta de apetite, cansaço, diarreia e cor amarela da pele e das escleróticas (icterícia), são os sintomas mais comuns e podem manifestar-se durante um mês. Inicialmente a doença pode ser confundida com um estado gripal mas, com o aparecimento da coloração amarelada da pele e das escleróticas, o aspeto esbranquiçado das fezes (acolia) e o escurecimento da urina, tipo vinho do porto (colúria) permite a orientação do diagnóstico para uma Hepatite Aguda.

Os sintomas variam consoante a idade em que há contacto com o VHA. As crianças, apenas cinco a dez por cento apresentam sintomas, nas pessoas idosas e doentes imunodeprimidos, a doença pode ser mais grave. Em 90 por cento dos casos, a hepatite A aguda é assintomática. Como é feito o diagnóstico laboratorial?

Baseia-se na deteção, através de análises sanguíneas, de anticorpos anti-VHA do tipo IgM que são gerados pelo sistema imunitário, para combater o vírus, logo após o aparecimento dos primeiros sintomas da doença. Estes anticorpos mantêm-se no organismo durante três a seis meses e desaparecem quando o doente se cura, dando lugar aos anticorpos anti-VHA do tipo IgG cujo aparecimento significa que o organismo foi infectado e reagiu, protegendo-se contra uma nova infecção com o vírus da hepatite A.

Antes do teste serológico que permite o diagnóstico do tipo de hepatite são realizadas análises de sangue para avaliar os parâmetros hepáticos, como as transaminases e a bilirrubina. No caso da hepatite A aguda as transaminases apresentam-se muito elevadas e a bilirrubina também está aumentada no sangue.

Quais as principais formas de transmissão?

Em quase metade dos casos de hepatite provocados pelo VHA, não se consegue identificar a origem do contágio, mas esta doença transmite-se, geralmente, através da ingestão de alimentos ou de água contaminados por matérias fecais contendo o vírus (fecal-oral), sobretudo em viagens, ou por contacto pessoa a pessoa.

O marisco, por exemplo, pode representar um perigo se a sua proveniência for um viveiro contaminado por água de esgotos, pois, as ostras, os mexilhões e as amêijoas concentram o vírus existente no seu habitat, transmitindo assim esta hepatite.

As frutas, os vegetais e as saladas, ou outros alimentos que estejam crus, se manipulados por uma pessoa infetada ou lavados com água imprópria para consumo podem ser contaminados e, consequentemente, contagiar aqueles que os ingerem.

A taxa de transmissão entre os membros da mesma família é de 20 por cento nos adultos e 45 nas crianças.

A transmissão através do contacto sexual tem sido descrita como sendo rara e associada a surtos em homens que fazem sexo com homens (HSH). Parte dos casos reportados neste surto estão associados a este grupo, em que o principal factor de risco é a pratica sexual que facilita a transmissão fecal –oral quando um dos parceiros está infectado.

Durante a gravidez, o feto não corre quaisquer perigos se a mãe estiver infectada com o VHA.

Como prevenir?

Em termos individuais, manter hábitos de higiene elementares e, em termos colectivos, a continuação da aposta na melhoria das condições sanitárias e na educação.

Face a uma suspeita de infeção devem lavar-se muito bem as mãos depois de usar a casa de banho e de mudar fraldas, e antes de cozinhar ou comer, e deve-se evitar beber água ou gelo de origem duvidosa.

Quando o risco é grande, a prevenção ganha ainda maior importância, por exemplo numa viagem para países da Ásia, África ou da América Central e do Sul: beber água engarrafada, comer só alimentos cozinhados, os crus podem estar contaminados, em especial, nos países onde a doença é endémica, deve ser o próprio a descascar a fruta, por exemplo, ou, então, optar apenas por produtos embalados, evitar o marisco, uma vez que a sua origem pode ser difícil de determinar e a cozedura em vapor não neutraliza o vírus.

O contacto com pessoas infetadas é também um factor de risco, obviamente, por isso, nestes casos, é necessário redobrar os cuidados durante o período infeccioso e lavar a louça a altas temperaturas (na máquina, de preferência), não utilizar a mesma sanita, ponderar os contactos sexuais, evitando o sexo oro-anal e usando preservativo no caso da penetração anal.

É aconselhável aos familiares ou aos parceiros sexuais da pessoa infectada, as realizações de análises para apurar se têm ou não anticorpos.

Nos casos em que estes anticorpos não são detectados, os contactos devem ser tratados com injecções de imunoglobulina, que permite uma protecção rápida (menos de uma semana), embora apenas durante três a seis meses. A vacinação está indicada preventivamente, todavia, o processo de imunização é demorado (cerca de um mês), mas é mais eficaz do que a imunoglobulina.

Qual o esquema de Vacinação?

A vacina contra a hepatite A foi obtida a partir do vírus inactivo, e é muito eficaz (praticamente 100 por cento). Os efeitos secundários são raros e, caso se façam sentir, são ligeiros, prendem-se com a própria toma, ou seja: dor, vermelhidão e inchaço no local da picada. Em alguns casos, verificam-se sintomas semelhantes aos da gripe (febre, dor de cabeça, arrepios, dores nos músculos e articulações) mas, normalmente, são de curta duração.

A vacina da Hepatite A é administrada por via intramuscular, tomada em duas doses, separadas por 6-18 meses e a sua eficácia é muito elevada (95%) e duradoura.

Qual é o Tratamento?

Não existem medicamentos específicos para tratar esta doença. Este tipo de hepatite trata-se, essencialmente, com repouso, durante a fase aguda, até que os valores das análises hepáticas voltem ao normal e a maioria das pessoas restabelece-se completamente em cinco semanas.

Quais são os grupos de risco?

Estão em maior risco de adquirir VHA as pessoas não imunizadas por vacinação ou por infecção natural que:

  • Viajem para países onde a doença é endémica (Ásia, África, América Central e do Sul)
  • Ingiram alimentos/água contaminados
  • Homens que fazem sexo com homens (HSH) com um ou mais dos seguintes comportamentos:
    • Sexo anal (com o sem preservativo)
    • Sexo oro-anal
    • Sexo anónimo com múltiplos parceiros
  • Utilizadores de drogas injectáveis e não injectáveis
  • Portadores de doença hepática crónica (VHC, VHB)
  • Médicos e paramédicos que trabalhem em hospitais
  • Pessoas que trabalham na recolha e processamento de lixo e nos esgotos

Bibiografia

  • Norma DGS Orientação nº 004/2017 de 29/03/2017 , Hepatite A.
  • European Centre for Disease Prevention and Control. Hepatitis A outbreaks in the EU/EEA mostly affecting men who have sex with men – first update, 23 February 2017, Stockholm. ECDC:2017.

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