Publicação: 26/04/2024
Quais as análises que deve realizar durante a gravidez?
A saúde da mãe e do feto deve ser acompanhada durante toda a gravidez. Após confirmação da gestação, o médico assistente poderá prescrever uma série de análises que visam verificar o estado de saúde geral da grávida e garantir uma gravidez segura.
Do ponto de vista médico, o período de gravidez é dividido em 3 trimestres, nos quais são realizadas análises próprias. As mais específicas têm como objetivo avaliar a imunização para a Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus ou possíveis infeções que surjam no decorrer da gravidez, de modo a salvaguardar o bem-estar da mãe e do feto. É também efetuada a pesquisa do vírus da Hepatite B, da Sífilis e do vírus da imunodeficiência humana (VIH).
A avaliação dos níveis de glicémia e o despiste da diabetes gestacional são parâmetros importantes, uma vez que elevados níveis de glicémia estão associados a problemas no desenvolvimento e crescimento do feto.
As análises de urina são também tidas em consideração durante a gravidez, constituindo um excelente indicador do bom funcionamento renal. O exame microbiológico da urina deteta possíveis infeções urinárias, que na grávida são muitas vezes assintomáticas, correndo assim o risco de passarem despercebidas.
O hemograma completo é também uma importante e obrigatória análise na gravidez, solicitada entre 1ª e 8ª semana de gestação, e analisa o sangue em circulação no corpo da grávida determinando, entre outros parametros, a quantidade de glóbulos vermelhos. Deste modo podem ser despistados vários tipos de anemias, como por exemplo as ferropénicas, causadas pela deficiência de ferro.
Durante a gravidez é ainda fulcral a determinação do grupo sanguíneo e fator Rh, de forma a verificar a compatibilidade sanguínea entre a mãe e o feto. A incompatibilidade entre os dois tipos de sangue pode causar a destruição dos glóbulos vermelhos do feto, colocando em risco o sucesso da gestação.
Atualmente, a realização do Rastreio Bioquímico no 1º Trimestre, com o doseamento de marcadores bioquímicos como a PAPP-A (Proteína Plasmática A associada à Gravidez) e a ß-HCG livre (Subunidade β livre da Hormona Gonadotrófica Coriónica), associados a marcadores ecográficos como p.ex. a medição da translucência da nuca, permitem com grande sensibilidade e especificidade fazer o despiste das principais Trissomias 21, 18 e 13, no 1º Trimestre.
Rotinas Analíticas por Trimestre
1º Trimestre <13 semanas
- Tipagem ABO e fator Rh
- Pesquisa de aglutininas irregulares (Teste de Coombs indireto)
- Hemograma Completo
- Glicémia em jejum
- VDRL- Rastreio da Sífilis
- Serologia Rubéola – IgG e IgM
- Rastreio da Infeção do VIH
- Rastreio da Hepatite B
- Rastreio da bacteriúria assintomática
- Rastreio Bioquímico do 1º Trimestre, a PAPP-A (Proteína Plasmática A associada à Gravidez) e a ß-HCG livre (Subunidade β livre da Hormona Gonadotrófica Coriónica), com grande sensibilidade e especificidade para o despiste das Trissomias 21, 18 e 13.
2º Trimestre
Entre a 18ª Semana – 20ª Semana
- Serologia Rubéola
Entre a 24ª - 28ª Semana
- Hemograma Completo
- Rastreio de Diabetes Gestacional: Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO) c/ 75g
- Serologia Toxoplasmose- IgG e IgM
- Urocultura com eventual teste de sensibilidade aos antibióticos
- Pesquisa de aglutininas irregulares (Teste de Coombs indireto) nas mulheres Rh negativo*
- Rastreio Bioquímico do 2º Trimestre, a PAPP-A e a AFP (Alfa- Fetoproteína): Se não realizado Rastreio Bioquímico de 1ºtrimestre.
*Nas 4 semanas antes da administração da imunoglobulina anti-D
3º Trimestre
Entre a 32ª - 34ª Semana
- Hemograma Completo
- VDRL
- Serologia Toxoplasmose - IgG e IgM (em mulheres não imunes)
- VIH 1 e 2
- Rastreio da Hepatite B, pesquisa de AgHBs, (apenas as grávidas não vacinadas e não imunes no 1º Trimestre).
- Urocultura com eventual teste de sensibilidade aos antibióticos (TSA)
Entre a 35ª - 37ª Semana
- Colheita (1/3